A Estimulação Magnética Transcraniana de Repetição (EMTr) é um tratamento inovador e não invasivo para o tratamento da depressão. Suas principais características são:
Ser uma alternativa para o uso de antidepressivos quando estes não funcionam adequadamente;
Altamente eficaz;
É uma técnica não invasiva, ou seja, não é necessário fazer cortes ou agredir os tecidos de nenhuma forma;
Totalmente indolor;
Não apresenta os efeitos colaterais encontrados nos antidepressivos (ganho de peso, diminuição do desejo sexual, sedação, dificuldades com o sono etc.);
Funciona tanto na depressão unipolar quanto bipolar.
O principal diferencial da estimulação magnética transcraniana é o uso de pulsos magnéticos que agem no córtex cerebral, especificamente nas áreas afetadas pelos transtornos depressivos e de humor. Esses pulsos agem auxiliando a neuromodulação, ou seja, influenciam as sinapses neurais para torná-las mais eficientes.
Em pacientes com depressão, é comum que haja alterações em alguns neurotransmissores durante as sinapses — especialmente nas áreas relacionadas à regulação emocional. A EMTr, portanto, ajuda justamente nisso: ela é capaz de auxiliar o cérebro a equilibrar o fluxo de neurotransmissores, amenizando, assim, os sintomas da depressão.
A técnica foi desenvolvida em 1985, na Inglaterra, e no ano de 2008, foi aprovada pelo órgão norte-americano de controle de saúde e alimentos (FDA). No Brasil, a EMTr é reconhecida e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina desde 2012.
Para quê a EMTr é indicada?
Depressão
Atualmente, a estimulação magnética transcraniana é indicada principalmente para o tratamento da depressão, especialmente quando o paciente não responde ao tratamento farmacológico — o que acontece em 30% dos casos.
Estes casos são conhecidos como depressão refratária. A técnica é eficaz tanto nos casos de depressão unipolar quanto bipolar, como aquela encontrada no transtorno afetivo bipolar, que muitas vezes não pode ser tratada com antidepressivos.
Durante muito tempo, a depressão foi erroneamente considerada uma “doença de gente de cabeça fraca”, além de outras definições preconceituosas. Felizmente, com o aumento do acesso à informação pelas pessoas, essa forma de pensar vem se modificando.
Apesar de todas as críticas feitas à mídia, ela teve um papel importante nessa mudança de forma de pensar da nossa sociedade a respeito dessa condição. Ela conseguiu demonstrar, de várias formas, como ela afeta o dia a dia das pessoas, aumentando o nível de interesse da população pelo problema.
Nos dias atuais, a depressão é considerada um problema de saúde pública pelas autoridades e pela população em geral, aumentando o interesse pelo conhecimento e formas de tratamento. É muito difícil alguma família não ver um membro sofrendo com essa condição e não se sentir tocada pelo problema.
A depressão afeta todas as áreas da vida das pessoas que sofrem seus efeitos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 5,8% da população brasileira sofre de depressão – um total de 11,5 milhões de pessoas.
Alucinações
Em segundo lugar, a EMTr é indicada em caso de alucinações auditivas em pacientes com esquizofrenia.
Ainda não se sabe quais outros transtornos mentais podem ser tratados por este método e, portanto, há diversas equipes de pesquisadores buscando novas aplicações para a técnica.
Estimulação Magnética Transcraniana funciona?
De acordo com um artigo publicado no Canadian Journal of Psychiatry em 2016, a estimulação magnética transcraniana está entre um dos tratamentos mais eficazes quando comparado com outras técnicas de neuromodulação, como a eletroconvulsoterapia e estimulação do nervo vago.
Quando se trata de situações emergenciais, a EMTr pode demorar algumas sessões para fazer efeito. No entanto, sua eficácia é maior na manutenção, ou seja, as chances do paciente apresentar recaídas são menores na EMTr do que em outros tratamentos.
Como é o procedimento?
A sessão de estimulação magnética transcraniana é indolor e dura em média 20 30 minutos.
Durante o procedimento, o paciente fica sentado confortavelmente em uma cadeira, vestindo uma touca de borracha, enquanto uma bobina é colocada sobre sua cabeça.
Em seguida, a máquina-bobina gera pulsos magnéticos que agem em áreas específicas no córtex cerebral, equilibrando o fluxo de neurotransmissores e melhorando a qualidade das sinapses, o que resulta em uma amenização dos sintomas depressivos e até mesmo psicóticos, como no caso das alucinações auditivas.
A frequência dos pulsos magnéticos pode ser excitatória ou inibitória, o que é regulado pelo médico de acordo com as necessidades de cada indivíduo. O procedimento é indolor e o paciente é rapidamente liberado. Não é necessário repousar ou deixar de fazer suas atividades diárias.
É importante ressaltar que, durante a sessão, não se deve utilizar aparelhos eletrônicos como celulares, tablets, relógios, entre outros.
Efeitos colaterais
Embora a estimulação magnética transcraniana não traga tantos efeitos colaterais quanto os medicamentos antidepressivos, ela ainda traz alguns efeitos adversos.
Na maioria dos casos, a EMTr é indolor. No entanto, em uma pequena parcela da população, ela pode causar dores no couro cabeludo durante o procedimento, além de dor de cabeça transitória após a sessão. Contudo, essas dores não costumam ser muito graves e podem ser amenizadas com analgésicos.
Felizmente, esses efeitos colaterais se tornam menos frequentes conforme o tratamento avança.
Contraindicações
Existem alguns casos nos quais a estimulação magnética transcraniana não é indicada. Alguns deles são absolutos, ou seja, não se deve utilizar a técnica caso a pessoa se encaixe nesses critérios, enquanto outros são relativos e dependem de uma avaliação cuidadosa para que o procedimento seja realizado.
Contraindicações absolutas
A maior contraindicação da EMTr é a presença de implantes metálicos na cabeça, como implantes cocleares, estimulantes cerebrais, eletrodos, clipes de aneurisma, entre outros.
Contraindicações relativas
A principal contraindicação relativa é um histórico de convulsões ou epilepsia, pois as alterações feitas pelos pulsos magnéticos no córtex cerebral pode desencadear crises convulsivas. Embora isso seja extremamente raro e só acontecer em uma das técnicas realizadas, é preciso considerar essa possibilidade.
Outras contraindicações relativas são possuir marca-passo cardíaco, desfibrilador interno ou uma lesão cerebral.
Para mais esclarecimentos sobre o procedimento entre em contato conosco.
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